quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CAPRINO-OVINOCULTURA: MERCADO

MERCADO
Os maiores consumidores per capita de carne ovina e caprina são a Nova Zelândia (26,5kg), a Austrália (20,5 kg), o Uruguai (15kg), a Grécia (14 kg), a Grã-Bretanha (7,1kg) e Arabia Saudita (5,9 kg). O consumo brasileiro ainda é muito baixo não alcançando 1 kg per capita anual. Na Região Nordeste, o consumo está em torno de 1,5 kg per capita anual. As cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) apresentam os maiores consumos, respectivamente de 10,8 e 11,7 kg per capita anual.
Considerando que o consumo per capita anual de carne bovina, avícola e suína, no ano de 2004 foi, respectivamente de 38, 32,2 E 11,1 kg, o consumo de carne caprina e ovina é inexpressivo, podendo ser aumentado consideravelmente com a produção de animais precoces e programas de marketing.
Em 2001, a produção de carne de ovinos no Brasil foi de 71,4 milhões de toneladas para um abate de 4,66 milhões de cabeças, correspondendo a um peso médio de carcaça em torno de 15 kg por animal. É grande a demanda de carne ovina no Brasil. Em 2000 o país importou o equivalente a 900 mil cabeças de ovinos com peso médio de 30kg. Para substituir as importações atuais, as regiões Sudeste, Centro-0este estão aumentando os seus plantéis importando caprinos e ovinos da região Nordeste.
Destacam, no ciclo do abate a comercialização de caprinos e ovinos no Nordeste brasileiro, o produtor que comercializa seus animais vivos, abatendo pequena parte na fazenda ou ainda vendendo em feiras de pequenas comunidades: os intermediários abatedores, responsáveis pelo fornecimento de carne nas feiras, os intermediários marchantes que reúnem, compram e distribuem os animais nos centros urbanos mais distantes, e os retalhistas, responsáveis pela venda aos consumidores nas feiras, açougues e mercados públicos.
Destacam-se, ainda, os corretores rurais , os caminhoneiros e os frigoríficos que compram diretamente do produtor, do intermediários marchante, dos corretores rurais e dos caminhoneiros, os animais para abate em suas unidades.
Embora se saiba que tradicionalmente é intenso o consumo de carne de caprinos e ovinos em comunidades rurais, cidades do interior e, atualmente, também em grandes capitais, não se encontram informações precisas sobre o mercado interno total dessas carnes.
No mercado internacional, foi expressivo o volume de importação de carne de caprinos. Entre 1996 e 2000, o valor das importações passaram de US$ 833 para US$ 17,1 mil. Mais da metade da carne ovina importada pelo Brasil é proveniente do Uruguai, Argentina e Nova Zelândia.
O déficit estimado de carnes de ovinos e caprinos em 2000 foi da ordem de 12,2 mil t de carnes de caprinos e ovinos para o Nordeste, e de 13,2 mil t dessas mesmas carnes, para o Brasil Essas constatações induzem se acreditar na existência de um amplo mercado potencial de carnes desses pequenos ruminantes, o que evidencia a possibilidade de expansão do criatório na região.
As ações que vieram a ser concretizadas neste sentido deverá proporcionar a adequação de Tecnologia, Crédito e Orientação Técnica e Gerencial,para que não só se aumente a produção de carnes desses animais, mas principalmente se demande aumentar a sua produtividade.
LEITE:
Em termos de riqueza natural, o leite de cabra é menos rico apenas que o leite humano. Sua alta digestibilidade o recomenda para alimentação de recém nascidos, idosos e pessoas com saúde debilitada. Consumido in natura sob fonte de queijos finos, iogurte, leite em pó e outras formas de derivados (sabonetes, xampus, hidratantes, etc), o leite de cabra apresenta um largo potencial de mercado.
O Brasil, com uma produção de 141 mil litros/dia, ocupa o 11º lugar entre os produtores mundiais, representando apenas 0,7% da produção total, 95% consumido como leite fluído, 3% como leite em pó e 2% como queijos.
O Nordeste participa com aproximadamente 26% da produção nacional. O Estado do Rio Grande do Norte, destaca-se com uma produção de 6 mil litros de leite por dia,sendo o Governo Estadual o principal comprador para a merenda escolar.
PELE:
A região Nordeste dispõe de nove abatedouros frigoríficos com capacidade para abate de 31.550 cabeças/dia e processamento de 12,2 milhões de peles anuais, estando o momento, utilizando apenas 60% de sua capacidade instalada.
Numa mesma categoria, todas as peles não tem uma estrutura idêntica e podem apresentar diferenças profundas decorrentes de numerosos fatores. A raça dos animais, as regiões e o sistema de criação são fatores que podem influenciar na qualidade das peles e, consequentemente, do couro (COUTO FILHO, 1999);
Em que pese a má qualidade da pele ofertada, de acordo com Simplício Barros e Alves (2003), pode-se afirmar existir uma demanda insatisfeita para peles de caprinos e ovinos, constatação corroborada pelos dados da FAO para 2002, que revelam terem sido abatidos no Brasil naquele ano, cerca de 10 milhões de cabeças (4,5 milhões de ovinos e 5,5 milhões de caprinos).
É boa a cotação das peles de ovinos e caprinos no mercado internacional, sendo bastante conhecida a grande resistência e flexibilidade dessas peles, notadamente aquelas produzidas no Nordeste, sendo largamente utilizadas para a confecção de artefatos de couros finos, tais como bolsas e calçados, bem como peças para adornos e vestuários.
A Nigéria, a Espanha e o Quênia foram os principais países importadores de peles ovinas, enquanto que a Argentina, Nigéria e Itália foram os principais importadores de peles caprinas. As exportações brasileiras de peles caprinas se destinaram à Espanha, Estados Unidos e Itália, enquanto que as de ovinos foram comercializadas para Espanha, Finlândia e Itália.

FONTE: DOCUMENTOS DO BNB/ETENE- Nº 09 – O AGRONEGÓCIOS DA CAPRINO-OVINOCULTURA – Antônio Nogueira Filho e José Walter Andrade Kasprzykowski.

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