domingo, 18 de outubro de 2009

BOVINOCULTURA DE LEITE - QUIXERAMOBIM (CE) - SISTEMA DE PRODUÇÃO "B"

SISTEMA DE PRODUÇÃO (B)
Este sistema de produção representa a forma de produzir leite em uma de cada
dez fazendas, é responsável por aproximadamente 58 mil litros de leite/dia,
equivalente a 38% do volume produzido no agropolo sertão central.
As propriedades possuem em média dezoito vacas, sendo dez
em lacatação e com produtividade de 8 litros de leite por dia. O volume de leite
comercializado mensalmente é de aproximadamente 2000 litros de uma produção de
2400 litros.
O perfil do plantel é tipicamente de pecuária mista, em processo de transformação
para especialização. O rebanho é composto de vacas mestiças com predominância de
sangue da raça gir. A vaca de primeira cria foi valorada em R$ 1500, com expectativa de
vida útil de oito anos e valor de corte de R$ 480. O reprodutor, em geral touro holandes,
sem certificação de desempenho, foi estimado em R$ 1500 por cabeça, no
início da vida reprodutiva.
Entre os indicadores zootécnicos o que mais chama atenção é o percentual
de vacas em lactação, de apenas 56%. Esse parametro caracteriza baixo indice de efi-
ciência reprodutiva e indica a necessidade de implementar práticas gerenciais direciona-
das ao manejo reprodutivo das femeas. A taxa de reposição é de 13% ao ano.
A ordenha é manual, realizada uma vez por dia, com as crias manejadas ao pé da
vaca. As femeas para reposição do plantel são criadas na propria fazenda e os
machos até aos 18 meses de idade, quando são comercializados.
O sistema faz uso de infra-estrutura mínima de produção, sob um processo produ-
tivo semi-artesanal, com pouquíssima dependencia de insumos externos à propriedade.
O produtor compra basicamente sal comum, vacinas obrigatórias, antiparasitários, me-
dicamentos quando necessários e resíduo de algodão, no periodo de agosto a fevereiro.
Para manter 18 UA somente para o segmento leite, este sistema de produção leiteira
famliar requer pelo menos 35 há, sendo 33 há de pastagens naturais e 2 há de área
cultivada com capim para corte.
Ainda que em seis meses do ano, durante o período seco, praticamente a forragem da
pastagem natural não tenha valor nutritivo significativo, as vacas tem acesso a essas
áreas o ano inteiro.
Este sistema requer 2 há para cada vaca, sem considerar as crias. A capacidade de suporte
das pastagens naturais é limitada, devido ao grande periodo de estiagem. Nestes mo-
mentos, os animais precisam ser suplementados. A produtividade da terra é de 841
litros por hectare por ano.
A mão-de-obra é familiar, com tempo de dedicação para as atividades de produção
de leite equivalente a 55% do tempo de um trabalhador rural, para realizar a ordenha
e manejo das vacas, incluindo as crias. A produtividade da mão-de-obra é de 146 litros/dia.
Os itens componentes da estrutura de capital somam o equivalente a R$ 54 mil. As
vacas representam 52% do capital imobilizado e a terra 13% desse valor.

BOVINOCULTURA DE LEITE - QUIXERAMOBIM (CE) - SISTEMA DE PRODUÇÃO "A"

SISTEMA DE PRODUÇÃO (A)
Este sistema de produção representa a forma de produzir leite em oito de cada
dez produtores, é responsável por aproximadamente 68 mil litros de leite/dia,
equivalente a quase metade do volume produzido no agropolo sertão central.
As propriedades possuem rebanho pequeno, em média dez vacas, sendo quatro
em lacatação e baixo volume de leite por animal, aproximadamente 2 litros de
leite por vaca total/dia. Da produção total de 480 litros por mês, cerca de 300
litros é comercializado e o restante destinado ao bezerro e ao consumo da
família (autoconsumo)
O perfil do plantel é tipicamente de pecuária mista, com predominância de
sangue zebuino.
Os preços estimados dos animais, usados na avaliação econômica foram de uma
vaca mestiça de primeira cria de R$800, com vida util estimada em seis anos e
valor de corte de R$480. Os reprodutores, em geral mestiços ou girolando foram
estimados em R$1200 por cabeça, no início da vida reprodutiva.
Entre os indicadores zootécnicos o que mais chama atenção é o baixo percentual
de vacas em lactação, de apenas 40%. A duração da lactação é de sete meses,
tempo suficiente apenas para o desmame do bezerro. A taxa de reposição de
vacas é de 17% ao ano.
O sistema faz uso de infra-estrutura mínima de produção, sob um processo produ-
tivo artesanal, com pouquíssima dependencia de insumos externos à propriedade.
O produtor compra basicamente sal comum, resíduo de algodão nos meses secos
e algum medicamento, quando estritamente necessário.
A ordenha é manual, realizada uma vez por dia, com as crias manejadas ao pé da
vaca. As femeas para reposição do plantel são criadas na propria fazenda e os
machos até aos 18 meses de idade, quando são comercializados.
O clima da região, com estiagens prolongadas, permite limitada capacidade de
suporte das pastagens naturais. Como as pastagens normalmente não recebem
qualquer melhoria ou utilização de fertilizantes, os animais são suplementados
com resíduo de algodão e capim picado no cocho durante sete meses do ano.Este
sistema requer a proporção de 2ha de pastagem para cada vaca, sem considerar
as crias. A média de produção de leite obtida, nestas condições é de 265 litros
por hectare por ano.
O sistema de produção de leite é composto por dez vacas e um reprodutor,soman-
do 11 unidades animal-UA (1,0 UA = 450 kg de peso vivo). Para este rebanho, são
necessários no mínimo, 22 há para produção de alimentos, sendo 1 há de capim
para corte e há de área cultivada para outras culturas (palhada). Ainda que em
seis meses do ano, no periodo seco, praticamente a forragem não tenha valor
nutritivo, as vacas tem acesso às áreas de pastagem naturais durante todo o ano.
A mão-de-obra é familiar, com tempo de dedicação para as atividades de produção
de leite equivalente a 20% do tempo de um trabalhador rural, para realizar a ordenha
e manejo das vacas, incluindo as crias. A produtividade da mão-de-obra é de 83 litros/dia.
Os itens componentes da estrutura de capital somam o equivalente a R$ 23 mil. As
vacas representam 38% do capital imobilizado e a terra 19% desse valor. A relaçao
capital-produção, de 4,0 indica que, para a produção total de 16 litros por dia aproxi-
madamente 6 mil litros por ano, são necessários R$ 4,00 em capital imobilizado para
cada litro de leite produzido.

BOVINOCULTURA DE LEITE - SISTEMA DE PRODUÇÃO - QUIXERAMOBIM (CE)

SISTEMA DE PRODUÇÃO "C"
Este sistema de produção representa um modelo mais especializado de produzir
leite. O modelo ocorre na proporção de uma em cada noventa fazendas leiteiras.
É responsável pela produção diária de aproximadamente 26 mil litros, o que equivale
a 17% do volume de leite produzido no Sertão Central.
São propriedades que possum, em média, 50 vacas, sendo 34 em lactação, com produ-
tividade de 10,0 litros de leite/dia. O plantel é composto por vacas mestiças holandes
x zebu, com predominancia de sangue holandes. O volume de leite comercializado
mensalmente, por propriedade, é em média 9 mil litros, de uma produção de 10 mil
litros.
O perfil do plantel é tipicamente de atividade leiteira especializada. O produtor tem
a preocupação com a seleção de caracteristicas próprias da pecuária de leite e procura
melhorar o padrão genético por meio de inseminação artificial e utilização de
reprodutores testados.
A vaca de primeira cria foi valorada em R$2000, com vida útil de oito anos e valor de
corte de R$540. O manejo reprodutivo é baseado em inseminação artificial com a
utilização de touros para repasse. Os reprodutores da raça holandesa, foram estimados
em R$ 2.000 por cabeça, no início da vida reprodutiva.
O percentual de vacas em lactação é de 68% e a duração da lactação de 305 dias. A
ordenha é mecânica, realizada duas vezes ao dia e as crias são separadas das vacas
após mamarem o colostro. O aleitamento é artificial com desmame aos tres meses,
época em que os machos são vendidos. A taxa de reposição do rebanho é de 13%ao ano.
Para manter 52 UA, somente para o segmento leite, este modelo de produção leiteira
requer 87 há, sendo 79 há de pasto nativo melhorado e 8 há de área cultivada com
forrageiras para corte. Assim, este sistema requer 1,5 há para cada vaca, sem considerar
as crias.
A taxa de lotação de 0,61 UA/há, constitui um entrave para o crescimento da atividade
leiteira, neste tipo de modelo. Sem qualquer utilização de fertilizante, a capacidade
de suporte é limitada por pastagem nativa melhorada. A produtividade da terra é
pouco mais de 1400 litros por hectare por ano.
Este modelo requer a dedicação de 2,2 trabalhadores rurais. A mão-de-obra familiar é
de apenas um trabalhador, que também exerce a função de administrador, cuja dedi-
cação é dividida entre os segmentos de leite e recria. A produtividade da mão-de-obra,
é de 157 litros/dia.
Os itens componentes da estrutura de capital somam o equivalente a R$169 mil. As
vacas representam 60% do capital imobilizado e a terra 10% desse valor.
A relação capital-produção é de 1,4(montante de capital medio relação à quantidade
de leite produzido). Isto é, para a produção total de 340 litros por dia - equivalente a
124 mil litros por ano - é necessário R$ 1,40 em capital imobilizado para cada litro de
leite produzido.

BOVINOCULTURA DE LEITE - DADOS GERAIS - QUIXERAMOBIM (CE)

REGIÃO DE QUIXERAMOBIM - LEITE
DADOS GERAIS EXTRAÍDOS DO LIVRO DA EMBRAPA
63,4% dos produtores de leite pertencem ao extrato de 0-50 litros e produzem apenas 20,4% do total de leite, média de 24 litros por produtor
Nos extratos de menor produção (0-50 a 101-300 litros), 97,2% respondem por 63,9% da produção, com média diária de 59 litros por produtor
84,4% são proprietários de terra
Os sistemas de admistração, são realizados pela combinação proprietário/família (48,7%), somente o proprietário (35,5%) e a combinação
administrador/proprietário (9,5%).
Controle de custos é adotado por 8,2% dos produtores, o controle leiteiro por 5,2% e a informatização por 1,5%
As modalidades de trabalho, são o temporário(45,3%), o familiar (39,6%) e o assalariado (15,1%)
Fontes de informações: tv(62,7%), outros produtores (31,2%), outras fontes (16,5%), programas de rádio (8,4%),revistas (6,4%),livros e vídeos (3,9%)
Produtores que não buscam qualquer tipo de informação: 16,5% do total de produtores
Produtores que não buscam Assistência Técnica : 54,5%; 30% buscam a Ematerce, 12% buscam técnicos da Prefeitura Muncipal e 4,2% outras fontes
Serviços juntos à Associações e Cooperativas: outros tipos de serviços (57,8%),assistência jurídica (14,2%),assistência técnica (7,6%), aluguel de
máquinas (5,8%), compra de leite (4,3%), venda de insumos (4,2%), e serviços de inseminação artificial (3,1%).
Uso de tecnologia de irrigação 64,5%, pastejo rotacionado 11,8%, análise de solo 2,4%, e outras tecnologias 3,6%, correção dos solos 1,0%
Aplicação de adubação orgânica nas capineiras 56,5%, adubação química 2,4%, outros tipos de adubação 1,0%
Participação de vacas total no rebanho varia de 22,7% a 47,3%
Relação de vacas em lactação/vacas total, varia de 45,5% a 70,8%
Normalmente são utilizados reprodutores e adotam-se a prática de cria e recria de fêmeas para a reposição do plantel de vacas e de machos.
Há predominância racial do rebanho, de gado mestiço:78,1%
A raça holandes é adotada por 23,4% dos produtores e o gado girolando por 10,7%,demais raças 5% dos produtores
Padrão racial dos reprodutores, predomina o gado mestiço com 51,1%, segundo o da raça holandesa 28,7% e gir 7,7%
Sistema de identificação mais usual do rebanho leiteiro, é a marcação a ferro:96,6% Os demais sistemas não chegam a 2%
Sistema de Alimentação: balanceamento de ração 52,2%, adição de água ao cocho 54,8%, sal mineral 78,2%, silagem 41,8%, capineira 83,7% o o feno 3,8%
Forrageiras: capim 40,5%, sorgo 32,3%, milho 23,1%, cana 19,1% e outras forrageiras 6,2%
Produtores que não produzem silagem: 53,2%
Fornecimento de capim verde picado no cocho, práticaa bastante usual: 89,4%; Adição de água ao volumoso fornecido no cocho, também é usual:56,5%
A grande maioria dos produtores de leite não utilizam feno na composição da dieta alimentar do rebanho: 95,4%
56,9% dos produtores não utiliza como alimentação do rebanho leiteiro outras fontes:leguminosas 12,6%, palma 29,1% e outras forrageiras 7,6%
83,5% dos produtores realizam a mineralização do rebanho
99,5% dos produtores adotam ordenha manual, restante adotam ordenha mecanica.
97,1% dos produtores não adotam nenhuma forma de resfriamento
97,7% dos produtores não utilizam inseminação artificial
94,5% dos produtores adota o sistema de monta a campo e monta controlada é realizada apenas por 2,7% dos produtores
A vacinação contra a febre aftosa 97,8% e a vermifugação 68,6%, tem se constituído nas práticas mais comuns entre os produtores de leite.
8,5% dos produtores realizam vacinações contra brucelose, pnemoenterite 4,2%, clostridiose 8,6%.
53,0% dos produtores produz derivados lácteos
Fatores limitantes ao desenvolvimento da pecuária leiteira: preço do insumo 73,6%, preço do produto 72,4%, crédito 55,2%, tecnologia 38,1% e
assistência técnica 32,8%

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CAPRINO-OVINOCULTURA: MERCADO

MERCADO
Os maiores consumidores per capita de carne ovina e caprina são a Nova Zelândia (26,5kg), a Austrália (20,5 kg), o Uruguai (15kg), a Grécia (14 kg), a Grã-Bretanha (7,1kg) e Arabia Saudita (5,9 kg). O consumo brasileiro ainda é muito baixo não alcançando 1 kg per capita anual. Na Região Nordeste, o consumo está em torno de 1,5 kg per capita anual. As cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) apresentam os maiores consumos, respectivamente de 10,8 e 11,7 kg per capita anual.
Considerando que o consumo per capita anual de carne bovina, avícola e suína, no ano de 2004 foi, respectivamente de 38, 32,2 E 11,1 kg, o consumo de carne caprina e ovina é inexpressivo, podendo ser aumentado consideravelmente com a produção de animais precoces e programas de marketing.
Em 2001, a produção de carne de ovinos no Brasil foi de 71,4 milhões de toneladas para um abate de 4,66 milhões de cabeças, correspondendo a um peso médio de carcaça em torno de 15 kg por animal. É grande a demanda de carne ovina no Brasil. Em 2000 o país importou o equivalente a 900 mil cabeças de ovinos com peso médio de 30kg. Para substituir as importações atuais, as regiões Sudeste, Centro-0este estão aumentando os seus plantéis importando caprinos e ovinos da região Nordeste.
Destacam, no ciclo do abate a comercialização de caprinos e ovinos no Nordeste brasileiro, o produtor que comercializa seus animais vivos, abatendo pequena parte na fazenda ou ainda vendendo em feiras de pequenas comunidades: os intermediários abatedores, responsáveis pelo fornecimento de carne nas feiras, os intermediários marchantes que reúnem, compram e distribuem os animais nos centros urbanos mais distantes, e os retalhistas, responsáveis pela venda aos consumidores nas feiras, açougues e mercados públicos.
Destacam-se, ainda, os corretores rurais , os caminhoneiros e os frigoríficos que compram diretamente do produtor, do intermediários marchante, dos corretores rurais e dos caminhoneiros, os animais para abate em suas unidades.
Embora se saiba que tradicionalmente é intenso o consumo de carne de caprinos e ovinos em comunidades rurais, cidades do interior e, atualmente, também em grandes capitais, não se encontram informações precisas sobre o mercado interno total dessas carnes.
No mercado internacional, foi expressivo o volume de importação de carne de caprinos. Entre 1996 e 2000, o valor das importações passaram de US$ 833 para US$ 17,1 mil. Mais da metade da carne ovina importada pelo Brasil é proveniente do Uruguai, Argentina e Nova Zelândia.
O déficit estimado de carnes de ovinos e caprinos em 2000 foi da ordem de 12,2 mil t de carnes de caprinos e ovinos para o Nordeste, e de 13,2 mil t dessas mesmas carnes, para o Brasil Essas constatações induzem se acreditar na existência de um amplo mercado potencial de carnes desses pequenos ruminantes, o que evidencia a possibilidade de expansão do criatório na região.
As ações que vieram a ser concretizadas neste sentido deverá proporcionar a adequação de Tecnologia, Crédito e Orientação Técnica e Gerencial,para que não só se aumente a produção de carnes desses animais, mas principalmente se demande aumentar a sua produtividade.
LEITE:
Em termos de riqueza natural, o leite de cabra é menos rico apenas que o leite humano. Sua alta digestibilidade o recomenda para alimentação de recém nascidos, idosos e pessoas com saúde debilitada. Consumido in natura sob fonte de queijos finos, iogurte, leite em pó e outras formas de derivados (sabonetes, xampus, hidratantes, etc), o leite de cabra apresenta um largo potencial de mercado.
O Brasil, com uma produção de 141 mil litros/dia, ocupa o 11º lugar entre os produtores mundiais, representando apenas 0,7% da produção total, 95% consumido como leite fluído, 3% como leite em pó e 2% como queijos.
O Nordeste participa com aproximadamente 26% da produção nacional. O Estado do Rio Grande do Norte, destaca-se com uma produção de 6 mil litros de leite por dia,sendo o Governo Estadual o principal comprador para a merenda escolar.
PELE:
A região Nordeste dispõe de nove abatedouros frigoríficos com capacidade para abate de 31.550 cabeças/dia e processamento de 12,2 milhões de peles anuais, estando o momento, utilizando apenas 60% de sua capacidade instalada.
Numa mesma categoria, todas as peles não tem uma estrutura idêntica e podem apresentar diferenças profundas decorrentes de numerosos fatores. A raça dos animais, as regiões e o sistema de criação são fatores que podem influenciar na qualidade das peles e, consequentemente, do couro (COUTO FILHO, 1999);
Em que pese a má qualidade da pele ofertada, de acordo com Simplício Barros e Alves (2003), pode-se afirmar existir uma demanda insatisfeita para peles de caprinos e ovinos, constatação corroborada pelos dados da FAO para 2002, que revelam terem sido abatidos no Brasil naquele ano, cerca de 10 milhões de cabeças (4,5 milhões de ovinos e 5,5 milhões de caprinos).
É boa a cotação das peles de ovinos e caprinos no mercado internacional, sendo bastante conhecida a grande resistência e flexibilidade dessas peles, notadamente aquelas produzidas no Nordeste, sendo largamente utilizadas para a confecção de artefatos de couros finos, tais como bolsas e calçados, bem como peças para adornos e vestuários.
A Nigéria, a Espanha e o Quênia foram os principais países importadores de peles ovinas, enquanto que a Argentina, Nigéria e Itália foram os principais importadores de peles caprinas. As exportações brasileiras de peles caprinas se destinaram à Espanha, Estados Unidos e Itália, enquanto que as de ovinos foram comercializadas para Espanha, Finlândia e Itália.

FONTE: DOCUMENTOS DO BNB/ETENE- Nº 09 – O AGRONEGÓCIOS DA CAPRINO-OVINOCULTURA – Antônio Nogueira Filho e José Walter Andrade Kasprzykowski.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO - DICAS

DICAS PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

1. ANÁLISE FOFA
É o processo de identificação de Oportunidades, Ameaças, Pontos Fortes e Pontos Fracos que afetam a empresa no cumprimento de sua Missão.
. Oportunidades
São situações externas atuais ou futuras que se adequadamente aproveitadas pela empresa, podem influenciá-la positivamente. São situações concretas ou potenciais que podem afetar positivamente a empresa.
. Ameaças
São situações externas,atuais ou futuras, que se não eliminadas, minimizadas ou evitadas pela empresa, pode afetá-las negativamente. Exemplo: Leis acerca do meio ambiente (água, reserva legal, embalagens agrotóxicos), mercado externo e subsídios (ALCA, MERCOSUL).
. Pontos Fortes ou Forças
São características da empresa tangíveis ou não, que podem ser potencializadas para otimizar seu desempenho.
. Pontos Fracos ou Fraquezas
São características da empresa tangíveis ou não, que devem ser minimizadas para evitar influência negativa sobre o seu desempenho.
Aspectos que podem nos ajudar na identificação de forças e fraquezas:
. Imagem
. qualificação de funcionários
. tecnologia
. recursos financeiros
. produtividade
. qualidade
. produtos
. serviços
. preço
. propaganda
. equipe de vendas
. informações
. estrutura
. estilo gerencial
. treinamento
. relacionamento com clientes, fornecedores, sindicatos, etc
. localização
. distribuição
. sinergia
. custos
. portfólio de produtos
. etc
O pensamento de Sun Tzu pode ser utilizado para sintetizar o conceito de análise de ambiente:
“se conhecermos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente interno) não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecermos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecermos, nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas”
MISSÃO
Conceito
Missão é o papel desempenhado pela empresa em seus negócios. É o fim último e a razão de ser da empresa.
De acordo com Alvim Toffler, uma missão coerente é um instrumento que pode ajudar os responsáveis pelas decisões de uma empresa a encontrar o caminho em meio à confusão e à complexidade.
“Uma empresa não se define pelo seu nome, estatuto ou produto que faz; ela se define pela sua missão; somente uma definição clara da missão é razão de existir da organização e torna possíveis , claros e realistas os objetivos da empresa “ (Peter Drucker)
“Uma missão bem difundida desenvolve nos funcionários um senso comum de oportunidade, direção, significância e realização. Uma missão bem explícita atua como uma mão invisível que guia os funcionários para um trabalho independente, mas coletivo, na direção da realização dos potenciais da empres”(Philip Kotler)
Definir a missão de uma empresa é difícil, doloroso e arriscado. Mas é só assim que se consegue estabelecer políticas, desenvolver estratégias, concentrar recursos e começar a trabalhar. É só assim que uma empresa pode ser administrada.
Dicas de Orientação na identificaçãi da Missão:
. O que a empresa deve fazer?
. Para quem deve fazer?
. Para quê deve fazer?
. Como fazer?
. Onde deve fazer?
. Que oportunidade inicial deve ter?
. Como posso atrair a atenção da comunidade ?

OBJETIVOS GERAIS
São resultados quantitativos e qualitativos que a empresa precisa alcançar num prazo determinado, no contexto de seu ambiente, para cumprir sua missão.
São caminhos a serem seguidos com a finalidade de cumprir a missão da empresa. Traçar um objetivo é descrever uma situação futura desejada.
“Sem objetivos claros corremos o risco de reduzir nossos esforços e mesmo assim não chegar onde queremos” (provérbio chinês)

ESTRATÉGIAS
Estratégia é o conjunto de movimentos da empresa em direção ao futuro.
Formulação de estratégia é o processo pelo qual se escolhe o futuro da empresa e os meios para alcançá-lo.
Implementação da estratégia é o conjunto de ações executadas que regem os movimentos da empresa em direção ao futuro escolhido.
“Nenhum vento é favorável para aquele que não sabe aonde que ir”(Sêneca/Aristóteles)
“A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo” (Peter Drucker)
“A explicitação do Planejamento Estratégico das empresas é tão mais importante quanto menor for a empresa/instituição, especialmente no agronegócio. Importantes elementos motivadores são perdidos devido à falta de planejamento estratégico explícito, provocando consequentemente grandes perdas no processo administrativo”.(Peres, F.C)
Conceito: Estratégias, Princípios, Regras e Políticas são balizamentos para o processo decisório, para o comportamento das pessoas e da empresa no cumprimento de sua Missão. São normas sobre como atingir os objetivos. Os princípios também são conhecidos como Credo, Valores, Filosofia, etc. Devem ser levados em conta aspectos como: Ética, Cultura, Recursos Humanos, Imagem, Participação Comunitária, Tecnologia, Sigilo, etc.
METAS
São medidas de resultado quantificadas e datadas. Devem ser claras, objetivas e ser do conhecimento de todos. As metas são de relevante importância, pois se constituem como interfase entre o Planejamento estratégico e o operacional.

Fonte: Site do SENAR-PR - Mensagens Participantes

CAPRINO-OVINOCULTURA:TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS

CAPRINO-OVINOCULTURA

TECNOLOGIA DISPONÍVEL
Atualmente, um novo tipo de criador está surgindo na região Nordeste, desenvolvendo suas atividades não só com vistas à produção de carne e pele, mas também e, com especialidade, na produção de animais melhorados para reprodução e para produção industrial de leite. Já podem ser encontradas propriedades com elevados níveis tecnológicos de exploração, dispondo de rebanhos de padrão racial elevado e definido.
Esses produtores representam a contrapartida da iniciativa privada que, acreditando na atividade, está utilizando os conhecimentos colocados à disposição pela pesquisa, via Centro Nacional de Pesquisa de Caprinos, empresas estaduais de pesquisas e universidades, que procuram oferecer respostas às indagações e anseios de técnicos e criadores.
Os criadores em geral dispõem de modernos sistemas de exploração adequados à realidade econômica e social e às condições de clima e solo regionais, principalmente no que se refere à sanidade, alimentação, práticas de manejo animal e de instalações, além daquelas de maior refino, destinadas à melhoria do padrão genético dos plantéis, como a inseminação artificial e a tranferência de embriões.
A seguir, apresenta-se um conjunto de procedimentos tecnológicos que estão à disposição de produtores e técnicos da região:

MANIPULAÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA:
É um processo técnico que promove maior disponibilidade de forragem na pastagem nativa (região Nordeste), permitindo aos caprinos e ovinos fazerem melhor uso das forragens ao longo do ano, com sustentabilidade ambiental. Este processo tecnológico aumenta em 80% a disponibilidade de forragem, por área, quando comparado ao sistema tradicional de utilização da caatinga na região. Este conjunto de técnicas tem uso recomendado, especificamente, para a região Nordeste. É um processo tecnológico de baixo custo, de fácil implantação e fortemente fundamentado em ações que visam ao uso e à preservação do ecossistema caatinga. Basicamente, envolve três importantes p rocessos de manejo da caatinga: o raleamento, mais específico para ovinos; o rebaixamento mais destinado aos caprinos; e o enriquecimento, que pode ser utilizado para ambas as espécies.
SISTEMA DE PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS PARA CARNE E LEITE:
É um conjunto de práticas envolvendo toda as áreas do conhecimento da produção de ovinos e caprinos, dando soluções simples e diretas aos mais variados problemas referentes à caprino-ovinocultura, ou seja: alimentação, nutrição, sanidade, reprodução, melhoramento, instalações, raças e manejo. Também é preocupação do sistema, orientar seus usuários no sentido de priorizar a gestão e a boa organização da atividade, tendo especial zelo e atenção pelo comportamento do mercado consumidor. Resguardando as características de cada região ou de cada rebanho, esse conjunto de práticas e técnicas pode ser utilizado em todo o território nacional, desde que se façam os devidos ajustes. Os resultados do uso simultâneo das práticas embutidas em todas as etapas do processo tem sido expressivos no aumento da produção e da produtividade dos rebanhos caprinos e ovinos.

SISTEMA DE PRODUÇÃO DE CABRAS DE LEITE:
Este processo reúne inúmeras práticas e técnicas de manejo em geral em especial, nas áreas de alimentação, reprodução e sanidade do rebanho, garantindo razoável e regular produção de leite, sem perder de vista as fases de cria e recria das fêmeas do rebanho, associando ao fato de que estas são, na verdade, as futuras produtoras de leite, razão pela qual, recomenda-se esmero em ambas as fases. São práticas de fácil aplicação e grande retorno produtivo. É recomendável para rebanhos leiteiros, tanto no segmento de agricultura familiar como para produção em escala, em todo o território nacional. O sistema contempla o manejo diário das fêmeas, em suas diversas categorias, racionalizando o consumo de insumos,promovendo a produção higiênica do leite e estabelecendo uma produção com regularidade ao longo do ano.

TERMINAÇÃO DE CORDEIROS E CABRITOS EM PASTAGENS CULTIVADAS:
Esta tecnologia pode ser empregada em todo o território nacional. Ela consiste no acabamento de cordeiros e cabritos para o abate, em pastagem cultivada, com idade precoce, com bom tamanho de carcaça e com elevada qualidade da carne, nos aspectos de sabor, cheiro, maciez e teor de gordura. No Nordeste, dada a diversidade e a riqueza da forragem do ecossistema caatinga no período chuvoso, é recomendável fazer uso desta prática, também na pastagem nativa, justamente nos períodos de abundância de forragem, com custos bem mais reduzidos. Os reflexos desta tecnologia incidem direta e positivamente em todos os segmentos das cadeias produtivas da carne e da pele de caprinos e ovinos, gerando emprego e renda, prestando melhor atendimento de demandas e, sobretudo, favorecendo o desenvolvimento do respectivo agronegócio.

TERMINAÇÃO DE CORDEIROS CONFINADOS:
O Sistema de acabamento de cordeiros consiste no confinamento de um grupo de cordeiros homogêneos em peso, idade e raça para, ao final de 70 dias, apresentarem-se com peso e conformação programados para o abate (Carvalho,2000); É um processo que pode ser empregado em qualquer parte do país, especialmente quando se dispõe de pequenas áreas, mas com bom potencial para produção de forragem e grãos. Na Região Nordeste, ao longo do período seco, a carência de forragem nas pastagens é severa e inviabiliza qualquer processo de produção em pastagem nativa. Todavia, o confinamento de cordeiros apresenta-se como uma boa alternativa para a atividade na região, na medida em que acelera o retorno do capital investido, diminui efetivamente as perdas por defeitos na pele e elimina a competição por forragem, em nível de pastagem, com as outras categorias de animais em processo produtivo, como acasalamento, lactação, gestação e outras. Os resultados da utilização desta prática tem sido por demais interessantes, na medida em que disponibiliza no mercado animais preparados para o abate, com elevada qualidade, justamente no período de entresafra.
FORMAÇÃO E USO DO BANCO DE PROTEÍNA:
A formação e o uso do banco de proteínas é uma prática de caráter essencialmente nutricional. O banco de proteínas propicia forragem de elevada qualidade para caprinos e ovinos, especialmente como suplemento alimentar. É uma tecnologia versátil, pelos diversos tipos ou maneiras de se fazer utilizar, de baixo custo de implantação, de fácil manejo e de extrema importância para a suplementação alimentar dos rebanhos caprinos e ovinos. Ela é recomendada para todas as regiões que sofrem por escassez de forragem nas pastagens, ou mesmo pela baixa qualidade dessas forragens. O banco de proteínas consta de área isolada, cultivada com espécies forrageiras ricas em proteínas, de boa palatabilidade, de crescimento rápido e com alto poder de rebrota. Geralmente, recomenda-se uso de leguminosas, como:leucena,cunha, algaroba, feijão-guandu e outras.
MANEJO REPRODUTIVO DE CAPRINOS E OVINOS:
É um conjunto de práticas e técnicas, cujo uso resulta em maior eficiência produtiva dos rebanhos caprinos e ovinos, repercutindo favoravelmente na fertilidade, na prolificidade e na sobrevivência de crias e de animais jovens. Seu emprego envolve o uso de métodos e práticas de controle e de organização do rebanho em geral, acabando de vez com a promiscuidade natural dos sistemas tradicionalmente empregados. Neste sentido, são considerados aspectos como: separação por sexos, estabelecimento de época de acasalamento, observância de peso e idade à primeira cobertura, intervalo entre partos, relação macho/fêmea, uso do rufião, desmame e outros. O manejo reprodutivo é recomendável para todos os rebanhos caprinos e ovinos do país.
TECNOLOGIA DE SÊMEN DE CAPRINOS E OVINOS:
Este processo tecnológico consta de uma série de etapas, envolvendo a colheita, o processamento, a avaliação e armazenagem de sêmen. A técnica de criopreservação do sêmen de caprinos e ovinos tem seu uso recomendado para técnicos, professores, pesquisadores, centrais de sêmen e universidades de todo o país, devendo ser empregada em rebanhos particulares somente quando o sistema utilizado gozar de algum tipo de organização e controle gerencial planejado. É um processo que tem seu sucesso atrelado à execução daquilo que foi prestabelecido em termos de tamanho e qualidade do rebanho, ou seja, observação fiel do cronograma de execução das etapas, legitimidade de materiais e equipamentos utilizados e qualificação da mão-de-obra empregada.
INDUÇÃO,SINCRONIZAÇÃO DO CIO E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL:
A indução e a sincronização do cio, em caprinos e ovinos, são tecnologias de grande importância para a organização do manejo reprodutivo dos rebanhos, especialmente, quando se trata da implantação e execução de programas de inseminação artificial, ou no estabelecimento de estação de monta, ou ainda em outras atividades que requerem a intervenção do manejo reprodutivo mais específico. Esta técnica consiste em se promover, em meio às fêmeas adultas de um rebanho caprino ou ovino, o desencadeamento simultâneo do estro (cio). Embora sejam práticas tradicionalmente realizadas com a utilização deprodutos químicos, elas podem ser efetivadas, com um bom manejo específico de matrizes e reprodutores, provocando o que se chama de “efeito macho”. São práticas recomendadas para todo o território nacional, especialmente para regiões de clima temperado, onde cabras e ovelhas apresentam estacionalidade do estro em algum período do ano.
BIOTECNOLOGIA DE EMBRIÕES:
O processo de colheita, da criopreservação e da transferência de embriões em caprinos e ovinos é uma tecnologia dominada, com resultados técnicos extremamente favoráveis, pela simplicidade relativa dos métodos,constituindo-se numa ferramenta muito eficaz no processo de melhoramento genético e no dimensionamento rápido dos rebanhos de elite. É particularmente recomendada para a produção de animais superiores, tanto para a exploração de carne e pele como de leite. É um processo de custo relativamente elevado, mas de razoável relação custo/benefício. O sucesso de seu emprego está condicionado a rebanhos totalmente controlados, com identificação de animais, escrituração zootécnica e de razoável nível no uso de tecnologias, particularmente nos aspectos sanitário, alimentar e reprodutivo. A coleta de embriões pela via transcervical é realizada através da técnica do circuito fechado, enquanto que a transferência de embriões em caprinos, pode ser realizada com embriões inteiros como com embriões bipartidos.

FONTE: Documentos do BNB/ETENE – Nº 09 - O AGRONEGÓCIO DA CAPRINO-OVINOCULTURA NO NORDESTE BRASILEIRO – Antonio Nogueira Filho e José Walter Andrade Kasprzykowski-

EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE